
Descobri a fotógrafa Édi Pereira da forma mais improvável: uma mensagem inbox, no meu Facebook, convidando para visitar a sua exposição virtual. Cliquei no link e... tenho o prazer de apresentar para o mercado de live marketing uma das fotógrafas mais espetaculares que já tive a oportunidade de conhecer!!!
De origem simples, Édi nasceu e cresceu na periferia de São Paulo. Como sua avó não sabia ler, ela pegava os álbuns de fotografias da família, para contar histórias pros netos. E foi assim que começou a sua relação de amor com a fotografia. Uma história construída com exemplos de determinação e de superação.
Édi começou a trabalhar na editora Abril, com histórias em quadrinhos, convidada pela jornalista Salete Brentan. Uma passagem que contribuiu com sua formação como fotógrafa, já que alí, aprendeu a enquadrar, a pensar em novos campos de visão.
Teve seu primeiro contato com uma máquina fotográfica aos 18 anos. Uma amiga, Anita Natividade, herdou um equipamento fotográfico e um de revelação, ambos alemães, e ofereceu os equipamentos, para que ela pudesse usar e aprender a fotografar. E a Édi aprendeu, só que do jeito mais díficil: pela experiência. Gastou muito papel e muita química.
Depois trabalhou em pesquisa iconográfica com o arquiteto Julio Abe Wakahara e com a historiadora Elizabeth Brás. Acompanhava as entrevistas e solicitava as fotos. As pessoas mostravam seus álbuns, para que ela pudesse escolher as fotos e complementar as histórias. E assim reviveu a sua experiência de infância.
Sua trajetória profissional mudou quando participou de uma oficina cultural do governo. Para poder participar da oficina, ela precisava apresentar um projeto. E foi o que ele fez, com o projeto Brincadeiras de Rua.

Édi não entendia nada de relações matemáticas. Só sabia usar o coração e sentir a cena. Apesar da sua pouca experiência e do seu despreparo técnico, ela foi convidada para participar da oficina. Claudio Feijó, da Imagem & Ação, fazia parte da banca de seleção. Começava aí um relacionamento profissional importante em sua carreira.
Ao final da oficina, participou de sua primeira exposição coletiva, no MIS, em 1991.
Depois de trabalhar com o Claudio, foi para a oficina cultural Oswald de Andrade e, com cara e a coragem, bateu na porta. Conseguiu a oportunidade e teve então contato com todas as artes, com todos os artistas. Aprimorou a linguagem e ampliou sua bagagem.
“A técnica precisa ser aprimorada sempre, mas a linguagem é a chave da fotografia.”
Por indicação do José Góes, fotógrafo publicitário, foi trabalhar para a Sabesp. Conheceu pessoas comprometidas com o saneamento básico e com o meio ambiente e sentiu-se honrada por poder fazer parte deste time. Foi na Sabesp que aprendeu a fazer foto aérea.
“Voei bastante com os Águias. Eles foram generosos comigo, realmente importantes na minha história profissional.”
Na revista Propaganda & Marketing, conheceu todo o mundo publicitário. Depois foi para a revista Kalunga, atrás do Dorneles. Em 2.000, abriu a sua própria empresa, a Horus.
Édi faz questão de citar todos os nomes dos profissionais com quem trabalhou. Por que citar todos esse nomes? Para nossos leitores, talvez nem sejam conhecidos...
Ela explica que só chegou onde chegou graças à ajuda de profissionais que foram importantes na vida dela. E ela faz questão de homenagear e agradecer a cada um deles.
Édi sempre foi muito fechada. Até hoje, a primeira impressão é de uma pessoa retraída. Mas também sempre foi muito intensa por dentro. A fotografia permitiu que ela pusesse pra fora o que ela sentia e externasse, por imagens, o seu sentimento.
“A fotografia abriu a tampa da panela e nunca mais fechou. A emoção é o fio condutor das minhas fotos e da minha vida.”
Édi Pereira conseguiu vencer. Mas, para isso, teve que vencer seu complexo de inferioridade, seus temores, sua insegurança.
Édi Pereira vai fazer parte do nosso movimento. A partir de agora, teremos o privilégio de tê-la com a gente, fotografando as entrevistas especiais.
“Uma imagem carrega memória, a memória afetiva de uma construção humana, de um contexto histórico e social. Quando eu fotografo, eu construo uma relação afetiva com a pessoa fotografada, ainda que por alguns minutos.”
Desejamos as boas-vindas, Édi! E que a lente que você tem no seu coração retrate toda a beleza interior dos nossos entrevistados!!
